Segundo uma noticia do Público, num
só ano, mais de 120 mil portugueses deixaram o país, o que põe em causa o
futuro de Portugal. ‘’A população portuguesa voltou a descer
pelo terceiro ano seguido e o saldo migratório negativo foi um dos principais
contributos para a quebra.’’
‘’Em resultado dos valores
negativos do crescimento natural e do crescimento migratório, a população portuguesa
voltou a diminuir, segundo as Estatísticas Demográficas de 2012 publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se, por um
lado, houve menos de 90 mil nascimentos, por outro houve cerca de 121 mil
emigrantes temporários e permanentes.’’
‘’Confirmando as previsões e a tendência dos
últimos anos, os nascimentos voltaram a descer, mas desta vez marcaram um
recorde histórico ao ficar abaixo dos 90 mil (89.841). Foram menos 7,2% do que
em 2011, quando se registaram 96.856 nascimentos, representando nessa altura
uma quebra em relação ao ano anterior, ao descer abaixo dos 100 mil.’’
‘’Quanto ao número de óbitos, registaram-se
107.612 em 2012, um aumento de 4,6%. Conclui-se que o crescimento natural foi,
portanto, negativo: houve mais 17.771 mortes do que nascimentos, uma diferença
três vezes acima do que se tinha verificado em 2011.’’
Maria João Valente Rosa,
demógrafa e diretora da Pordata explica que estes valores não são novidades, as
diminuições dos nascimentos já vem de à muito tempo e o numero de óbitos devem
se a haver mais gente com as idades com que mais se morre.
Para além do valor negativo do
crescimento natural a diminuição do saldo migratório também é um problema.
A imigração diminuiu e a
emigração aumentou (o que nos leva até aos anos 60 em que muitos portugueses
saíram do pais).
Segundo os dados do INE, houve 121.418 pessoas a sair de Portugal em
2012. ‘’Estão a sair mais pessoas do
que as que nasceram”
‘’O aumento das saídas e a diminuição das entradas estão ligados à
natalidade.
Quem é que emigra? A população jovem. Não só perdemos os nossos
jovens, como não temos os imigrantes jovens. Isso acentua o envelhecimento e a
descida da natalidade.’’
‘’Quanto à diminuição da natalidade, há dois pontos a salientar: a
acentuação do declínio da fecundidade e o adiamento da idade das mulheres no
nascimento dos filhos. De acordo com a análise demográfica do INE, o decréscimo
das taxas de fecundidade verificou-se em todos os grupos etários, com excepção
do grupo entre os 45 e os 49 anos. O índice de fecundidade passou de 1.35 para
1.28 filhos por mulher.’’
“Atualmente, as mulheres são mães seis anos mais velhas do que eram no
início dos anos 80.” *29,5 anos, em
2012*
Para além disso a crise também leva a haver menos casamentos, e na
maior parte dos casos isso significa não haver filhos.
‘’Face à população residente, a proporção de jovens passou de 14,9%,
em 2011, para 14,8%, em 2012, e a população em idade activa de 66% para 65,8%.
Já a proporção de idosos, com 65 ou mais anos, aumentou de 19% para 19,4%. Ou
seja, o índice de envelhecimento passou de 128 idosos por cada 100 jovens (em
2011) para 131 idosos por 100 jovens (em 2012)’’